Breve nota histórica
A Ordem Franciscana chegou a Portugal por volta de 1217, contando, entre os primeiros conventos, os de Guimarães, de Alenquer e de Santo Antão dos Olivais, em Coimbra, que, a seguir à canonização de Santo António, passará a chamar-se Santo António dos Olivais, por ter sido ali que este grande santo português vestiu o hábito franciscano.
Os franciscanos portugueses faziam parte da Província de São Tiago que abrangia o Norte da Península Ibérica. As restantes, eram as Províncias das Astúrias e de Castela.
Em 1394, as três Custódias que agrupavam os frades portugueses tornaram-se independentes, formando a única Província de Portugal, com cerca de vinte e cinco Conventos.
Desde o princípio da sua fundação, a Ordem Franciscana começou a diversificar-se em vários ramos, conforme os carismas e as circunstâncias da vida. Já no século XIV, destacam-se duas famílias quase independentes: Conventuais e Observantes. Estes dois ramos, em 1517, com o Papa Leão X, tornaram-se efectivamente independentes, tendo cada qual o seu próprio Ministro Geral.
Mais tarde, em 1568, pela bula do Papa Pio V, a Província dos Conventuais e, com ela, o ramo dos Franciscanos Conventuais em Portugal, foi extinta. Portanto, a partir de 1568, os Frades Menores Conventuais ficaram ausentes na história eclesiástica de Portugal, até ao ano de 1967.
Coimbra
O regresso dos Franciscanos Conventuais a Portugal começa com a chegada de frei Emanuel Bridio a Coimbra, em finais de 1967. Como Delegado Provincial, frei Emanuel começa a definir, com o Bispo de Coimbra, as modalidades da nossa inserção na cidade, para atingir os objectivos indicados no Capítulo Provincial desse ano e que justificaram a nossa chegada.
Os anos de 1968-1974 são caracterizados pelo acordo, entre a Província Patavina – de Padova, em Italia – e a Diocese de Coimbra, de construir uma nova Paróquia – Nossa Senhora de Lourdes –, que representaria o primeiro passo para poder chegar à Igreja de Santo António dos Olivais.
Os anos 1974-1978 estão marcados pela passagem dos frades da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes para a Paróquia de Santo António dos Olivais – em Novembro de 1974 – e pela mudança e robustecimento da comunidade religiosa. A primeira comunidade, canonicamente erigida no dia 20 de Março de 1978, foi constituída por frei Paulo Beretta, Severino Centomo e Eliseu Moroni.
Lisboa
Uma perspectiva inesperada de abertura de uma segunda comunidade em Portugal surge a 13 de Junho de 1982, quando o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, convida o Ministro Provincial para as celebrações antonianas, em Lisboa, e para ter um encontro pessoal, no qual lhe apresenta a possibilidade de a Província assumir uma paróquia na cidade de Lisboa.
O Capitulo Provincial de 1982 acolhe o pedido do Cardeal-Patriarca e, no final do mesmo ano, envia dois frades – frei Eliseu Moroni e frei Alberto Bissoli – para a nova comunidade na “Zona J”, em Chelas, que será canonicamente erecta em 23 de Janeiro de 1983. Em vinte anos de presença foram construídas duas igrejas – São Maximiliano Kolbe e Santa Clara –, os respectivos Centros Paroquiais, um Centro Social e o novo Convento.
Coimbra – Casa de São Francisco
Apesar da abertura do novo Convento em Lisboa, continuou a sentir-se a falta de uma comunidade expressamente dedicada à Pastoral Juvenil e Vocacional. Por isso, foi decidido abrir uma casa, filiada na Comunidade de Coimbra, em Marco dos Pereiros. A Casa de São Francisco foi o resultado da aquisição de uma casa particular, restruturada para poder acolher uma pequena Comunidade de frades, um Postulado e para ter a possibilidade de acolher grupos para encontros e retiros. Actualmente, a Casa de São Francisco funciona como sede do Mensageiro de Santo António e como local para encontros e retiros, dependendo do Convento de Santo António dos Olivais.
Mensageiro de Santo António
Uma das razões que motivou o regresso dos frades Franciscanos Conventuais a Portugal, foi o desenvolvimento da revista Mensageiro de Santo António que, na altura, tinha uma redacção brasileira e era impressa em Pádua.
Em 1984, a redacção da revista passou para Portugal e ficou constituída, na sua maioria, por portugueses. Em 1989, deu-se o grande passo: a revista – redacção, administração e impressão – passou a ser realizada completamente em Portugal. O primeiro Director, que deu o grande passo e lançou as bases para o futuro promissor, foi o frei Eliseu Moroni, coadjuvado, em seguida, por um leigo, o Dr. Mário Martins. A revista esteve sempre em franco crescimento quanto ao número de assinantes, que, actualmente, ultrapassa o significativo número de quatro mil.