Encontro com a Palavra de Deus – IV Domingo do Tempo Comum - ANO C

IV DOMINGO TEMPO COMUM – ANO C

    

                           3 de Fevereiro de 2019

 

AS LEITURAS DO DIA 

Jer 1, 4-5.17-19: Eu te constituí profeta entre as nações.

Salmo 70: A minha boca proclamará a vossa salvação.

 

1Cor 13, 4-13: A fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade.

Evangelho Lc 4, 21-30: Como Elias e Eliseu, Jesus não é enviado somente aos judeus.

 

A PALAVRA É MEDITADA

A Palavra de Deus do IV Domingo do tempo Comum, faz-nos refletir sobre Jesus que, tendo concluído o seu discurso na Sinagoga de Nazaré, onde disse claramente que a salvação é para todos, é expulso do lugar de oração e da sua própria cidade, por quantos não aceitam ver nele o enviado do Pai, o Messias de Israel. Ele é indicado como o filho do carpinteiro que não tem autoridade para dizer certas cosias diante dos sábios da sua cidade natal, aqueles que sabiam tudo sobre a espera do Messias. O texto do Evangelho de Lucas, narra-nos precisamente este facto da vida de Jesus.  

A sinceridade de Jesus ao apresentar-se como verdadeiro Messias, não é apreciada por quantos estavam presentes na Sinagoga no momento em que Jesus tem a sua dissertação e apresenta também as suas profundas motivações, além de lembrar factos e circunstâncias da história do povo de Israel, como das da viúva de Sarepta no tempo do Profeta Elias, ou de Naamã o Siro no tempo do profeta Eliseu. Factos bem conhecidos por todos os conhecedores dos textos sagrados e que Jesus lembra na circunstância específica, para fazer ressaltar o discurso da universalidade da salvação que Ele vem proclamar com coragem na sua cidade, partindo de quantos deveriam estar disponíveis para com Jesus, sendo Ele conhecido.

Mas Jesus está consciente que as maiores dificuldades para o aceitar na sua verdadeira natureza e na sua específica missão, estão precisamente naqueles que lhe são mais próximos. De facto, o profeta, vem normalmente rejeitado precisamente pelos seus concidadãos e são precisamente os conterrâneos a não o aceitar por aquilo que diz e faz. Deve ter sido uma experiência muito má para Jesus, do pondo de vista humano.

É quanto muitas vezes verificamos também nós diretamente quando a não nos compreender, a dificultar-nos, a pôr-se contra, a lutar, a contrastar e a contristar, são precisamente os parentes, os familiares, os conterrâneos, os amigos e conhecidos de vário género. De verdade o ditado de Jesus resulta ser de extrema actualdiade "Nenhum profeta é bem aceite na sua terra".

O testo da segunda leitura de hoje apresenta-nos o célebre hino à caridade, da primeira Carta de S. Paulo aos Coríntios. Um texto que não precisa de comentários, explicações, mas fala por si a quantos têm a peito o caminho da santificação pessoal, na perspectiva daquela virtude teologal e moral que é a caridade.  

Uma virtude, sobretudo nos adjectivos ou atributos assinalados pelo Apostolo das gentes, muito frequentemente esquecida e não vivida no quotidiano ou nas relações humanas, sociais ou religiosas. Uma virtude que necessita de ser recuperada para restituir entusiasmo á vida cristã, fraterna, à solidariedade, à misericórdia, ao perdão, à compreensão. Possuir a caridade, ou seja sentir o amor de Deus na nossa vida, abre-nos ao amor sincero para com todo o irmão, mesmo aquele que consideramos como verdadeiro ou presumível não adversário e inimigo em todos os ambientes ou lugares.

Possuir a caridade é dar sentido cristão à vida. Ninguém como Jesus, nenhuma religião como o cristianismo usa a linguagem do amor e da caridade com uma clareza como encontramos no texto da Palavra de Deus que é posto à nossa meditação e reflexão.  

Podemos possuir tudo, mas se não experimentamos a alegria de amar, o homem e o crente é um falimentar, porque a alegria e a verdadeira felicidade pelo homem está em amar e fazer-se amar. A Palavra de Deus de hoje convida-nos a ser profetas do amor num mundo da cultura do ódio, da violência, do aparecer, do possuir coisas, mais que ser alguém.

Profetas do amor misericordioso de Deus, da tolerância, da reciprocidade, da aceitação, da pureza de sentimentos e da vida, numa cultura dominante baseada sobre o egoísmo, o erotismo, sobre o sensualismo e sobre a depravação e a degeneração moral de pessoas, grupos e inteiros povos e culturas. Não será fácil ser profetas neste nosso mundo, propondo, contra corrente e contra a moda dominante, valores que vão bem além do tempo e da história de ontem, mas que se colocam na essência da mensagem cristã e do respeito pela pessoa humana. 

 

 

A PALAVRA É REZADA

 

Parece-nos estranho, Jesus:

precisamente os teus conterrâneos,

aqueles que te tinham visto crescer e tornar-te homem,

aqueles que tinham rezado contigo na sinagoga,

suportado uma vida dura, partilhado as fadigas quotidianas,

precisamente eles te rejeitam, te expulsam.

E contudo, esta história repete-se há dois mil anos

e as razões de tal comportamento no fundo são sempre as mesmas.

Não agrada mesmo que a salvação continue a chegar-nos

não através de sinais mirabolantes,

milagres que atraem a atenção, prodígios que deixam de boca aberta,

mas num modo de todo modesto, humilde, quotidiano.

E no entanto ainda hoje, tu vens ao nosso encontro

com o mesmo estilo, sem fazer barulho,

sem te impores, sem arrombar as portas,

mas oferecendo uma salvação que muda

as conotações da nossa vida, sem magias.

Não agrada, Jesus, hoje como ontem, que tu não correspondas

à imagem que fizemos de ti, não te reduza

a satisfazer as nossas necessidades, as nossas esperanças,

mas venhas a propor-nos um caminho inédito e pouco frequentado

e que nos peças claramente para te acolher na nossa existência

assim como és, sem compromissos,

sem te dobrares á nossa vontade.

Ámen                               

 

 

 

 

(In Qumran, e La Chiesa: tradução livre de fr. José Augusto)

 


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