VII DOMINGO DE PÁSCOA
Ascensão do Senhor
13 de Maio de 2018
AS LEITURAS DO DIA
Act 1, 1-11: Elevou-se à vista deles.
Salmo 46: Ergue-se Deus o Senhor, em júbilo e ao som da trombeta.
Ef 1, 17-23: Colocou-o à sua direita nos Céus.
Evangelho Mc 16, 15-20: Foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus.
A PALAVRA É MEDITADA
No evangelho deste domingo, Marcos conclui toa a sua narração evangélica. Uma conclusão que não fecha, porém, o discurso, mas sim o abre. Inicia um caminho novo, já não só de Jesus, mas de Jesus e da sua Igreja. Mas qual caminho? Em que direcção? Com que modalidades?
Trata-se antes de mais de um caminho universal: em todo o mundo, a toda a criatura, em toda a parte. Cada homem, onde quer que se encontre e seja a que raça pertença, tem o direito de ouvir o anúncio do Evangelho. Para Jesus – e para os seus missionários – não existem os próximos e os distantes, os primeiros e os últimos. Jesus não diz aos discípulos para iniciar a missão em Jerusalém: envia-os logo em todo o mundo.
A tarefa é a de «pregar», um termo este que merece uma explicação. Não significa simplesmente ter uma instrução ou uma exortação ou um sermão edificante. O verbo «pregar» indica o anúncio de um evento, de uma notícia, não de uma doutrina. Trata-se de uma notícia decisiva: não é só uma informação, ma sum apelo. Tanto é verdade que precisamente no seu acolhimento ou rejeição se joga o seu destino: «será salvo», «será condenado». Esta é uma afirmação dura, e certamente para a entendermos com os devidos esclarecimentos. Mas é sempre uma afirmação que não se pode cancelar do Evangelho.
O Evangelho pregado torna-se credível e visível pelos sinais que o discípulo realiza. Mas deve tratar-se de sinais que deixam transparecer o poder de Deus, não o do homem. E deve tratar-se de sinais que reproduzem aqueles que foram realizados por Jesus: as mesmas modalidades, o mesmo estilo, as mesmas finalidades. Não esqueçamos, pois, que o grande sinal realizado por Jesus foi a sua vida e a sua morte: o milagre de uma incondicionada doação a Deus e aos homens.
Jesus terminou o seu caminho e senta-se, os discípulos por seu aldo, iniciam o seu caminho e partem. Jesus sobe ao céu e os discípulos vão pelo mundo. Mas a partida de Jesus não é uma verdadeira ausência, mas sim uma outra modalidade de presença. «O Senhor cooperava com eles e confirmava a Palavra».
Uma última observação: Jesus «repreendeu os discípulos por causa da sua incredulidade e dureza de coração». Repreende os seus discípulos pela sua incredulidade e todavia envia-os a pregar pelo mundo inteiro. Um contraste surpreendente. O discípulo diminui mas não diminui a fidelidade de Jesus para com ele. É por isso que o caminho da igreja permanece, não obstante tudo, um caminho aberto e rico de possibilidades.
A PALAVRA É REZADA
A tua Ascensão ao céu, Senhor
enche-me de alegria porque acabou para mim
o tempo de estar a olhar para aquilo que fazes
e começa o tempo do meu compromisso.
Aquilo que me confiaste,
rompe a concha do meu individualismo
e do meu estar a olhar
fazendo-me sentir responsável
em primeira pessoa pela salvação do mundo.
A mim, Senhor, confiaste o teu Evangelho,
para que o anunciasse por todas as estradas do mundo.
Dá-me a força da fé,
como tiveram os teus primeiros apóstolos,
de modo que não me vença o temor,
não me parem as dificuldades,
não me desanime a incompreensão,
mas sempre e em toda a parte, eu seja tua alegre notícia,
revelador do teu amor,
como o foram os mártires e os santos
na história de todos os povos do mundo.
Ámen.
(In Qumran, e La Chiesa: tradução livre de fr. José Augusto)