DOMINGO DE RAMOS – ANO C
14 de Abril de 2019
AS LEITURAS DO DIA
Is 50, 4-7: Jesus Cristo é o “Servo de Deus” que se oferece como vítima.
Salmo 21: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Filip 2, 6-11: A sua humilhação vai até à cruz.
Evangelho Lc 22, 14-23,56: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espirito.
A PALAVRA É MEDITADA
Hoje abeiramo-nos de uma das lições mais belas que a humanidade jamais teve: preparemo-nos para estremecer!!! Jesus explica-nos, com a sua vida, o que quer dizer AMAR.
AMAR: voz do verbo MORRER MORIRE!
Não, não estou errado! AMAR é MORRER. Entrando em Jerusalém, Jesus, livremente, escolhe DAR-SE POR NÓS. Para ser fiel ao seu amor escolhe não escapar quando as coisas se põem mal.
Desde o início do Evangelho, Jesus iniciou a sua viagem para Jerusalém. A sua entrada na cidade Santa, é verdadeiramente triunfal: palmas, tapetes e mantos estendidos à sua passagem, aclamado por todos: "Bendito o que vem em nome do Senhor". A multidão está entusiasta com este profeta que entra na cidade santa porque vem trazer a paz, não fazer a guerra, porque vem oferecer misericórdia não juízo e castigo. A multidão viu os gestos extraordinários que realizou, entendeu as suas palavras que vão direitas ao coração, a multidão reconhece a sabedoria e a força do homem de Deus, e proclama-o REI.
A Jesus, parece não interessar muito tudo isto, talvez fique um mais atrapalhado o jumento que cavalga, contente, talvez por receber também ele um pouco de festa, feliz que a primeira pessoa que o cavalgou fosse tão importante.
Mas este triunfo, durou pouco, passados apenas quatro dias, depois de ter celebrado a última ceia com os seus discípulos, é preso, processado, condenado à morte, crucificado: A SUA CULPA: TER AMADO A TODOS, TER-NOS REVELADO QUE TEMOS UM PAI QUE NOS AMA, por fim as suas últimas palavras, quase agonizantes, são palavras de paz, de perdão: PAI, PERDOA-LHES, PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM...
QUEM ÉS JESUS? Não podes ser apenas um homem, porque nenhum homem poderia ter feito o que fizeste, qualquer homem se teria revoltado contra um final tão ignóbil, injusto. Não podes ser só um Deus, terias chamado as tuas milícias de Anjos e Arcanjos para te libertar da estupidez da humanidade.
QUEM ÉS JESUS?
É ali sobre a CRUZ que revelas totalmente a tua identidade, que descobres o véu: compreendem-nos precisamente todos quem és, até os pagãos. Também o Centurião romano, que tinha comandado aos seus soldados para te flagelarem, te pregarem na cruz e que olhando para ti, enquanto morres, diz: VERDADEIRAMENTE ESTE HOMEM ERA FILHO DE DEUS! É uma das proclamações de fé mais belas que temos. É a proclamação de fé que continuamente se repete na história ao olhar-te enquanto morres.
A PALAVRA É REZADA
Se tu, Senhor, tivesses apenas falado ou apenas feito milagres
teria apenas descoberto a tua grandeza e, ao mesmo tempo, a minha pequenez.
Ter-me-ias aparecido como um Deus inacessível,
diverso e distante de mim.
Ao invés, acolhi-te e amei-te porque sofreste angústia e suor de sangue.
No teu sofrimento vi-te como um de nós.
Na dor não és um super-homem, mas alguém como eu.
A cruz meteu-te medo, tal como acontece comigo.
O sofrimento fez-te dizer coisas que nunca quererias ter dito,
como acontece comigo.
És da minha raça, ligado com a minha mesma fraqueza
e tens um coração que se cansa como o meu.
És o Deus do céu e da terra, mas quiseste ser meu irmão
na dor e no abandono, no medo e na morte.
Por isso te sinto colado á minha pele
e te amo como nunca amei ninguém.
És um como nós, mas nunca estás separado do Pai:
Por isso tens a força para te levantares
e ir ao encontro da morte.
Ensina-me também a mim, Senhor, a não ficar por terra
quando a dor me esmaga.
Ensina-me a procurar, nas horas escuras da vida,
a estrela luminosa do Pai.
Ensina-me a pagar o preço da dor, para que possa comprar a vida.
É participando no trabalho quotidiano do mundo,
que geme e sofre à espera do parto,
que posso viver o mistério da vida que todos os dias vem.
Ámen
(In Qumran, e La Chiesa: tradução livre de fr. José Augusto)