SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR
3 janeiro 2021
AS LEITURAS DO DIA
Is 60, 1-6: Brilha sobre ti a glória do Senhor.
Salmo, 71: Virão adorar-vos Senhor, todos os povos da terra.
Ef 3, 2-3.5-6: Os gentios recebem a mesma herança prometida.
Evangelho Mt 2, 1-12: Viemos do Oriente adorar o Rei
A PALAVRA É MEDITADA
Sabemos o que significa Epifania, mas nem sempre compreendemos o alcance espiritual que essa encerra para todo o cristão. É a manifestação de um Deus Menino que se faz pequeno por amor e dar-se-nos por amor. O Menino Jesus, de facto, é esta plena e total manifestação de Deus amor a toda a humanidade.
a vinda dos Reis Magos do longínquo Oriente até à gruta de Belém, não é uma fantasia dos evangelhos para nos fazer acreditar à força que um Salvador que veio ao meio de nós há 2020 anos, mas é a narração histórica, relativa à salvação do género humano, que vem fixada nos textos sagrados, para quantos têm fé e como os Magos desejam encontrar a verdadeira luz. A narração detalhada deste acontecimento ajuda-nos a compreender melhor o sentido bíblico da Epifania.
“Nascido Jesus em belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que, alguns Magos vieram do Oriente a Jerusalém e diziam: «Onde está aquele que nasceu, o rei dos Judeus? Vimos despontar a sua estrela e viemos adorá-lo». Jesus é indicado pelos cientistas como uma estrela no universo que orienta e guia o seu caminho, precisamente partindo do longínquo Oriente. E eles deixaram-se guiar por esta “Estrela”. Mas para ter a certeza consultaram o rei do lugar, Herodes. O que aconteceu com esta notícia verdadeira que chegou ao rei e a Jerusalém? “Herodes ficou perturbado e com ele toda a cidade”. E o que faz? Herodes reúne todos os chefes dos sacerdotes e os escribas do povo, informou-se sobre o lugar onde devia nascer o Cristo”.
A coisa era conhecida dos israelitas, na medida em que os profetas tinham falado disso há tempo. Eles responderam-lhe: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito por meio do profeta”, que no caso é Miqueias.
O medo de perder o poder, faz saltar o engenho e a estratégia para vir a saber a verdade. “Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exatas sobre a data em que a estrela lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: «Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do menino; e, depois de o encontrardes, vinde comunicar-mo para eu ir também prestar-lhe homenagem».
Falso e mentiroso como todos aqueles que estão agarrados ao poder e têm medo de o perder. Herodes era exatamente isto e representa naquela circunstância todos os seres humanos agarrados ao sofá, e para se garantirem esta condição usam mentiras e falsidades para ficar nos seus lugares.
Os magos ouviram e partiram. “E eis que a estrela, que tinham visto despontar, os precedia, até que chegou ao lugar onde se encontrava o menino”.
quem sabe que impressão lhes terá causado aquele menino: desilusão, raiva, consternação? Nada disto. O evangelho diz que “ao ver a estrela, sentiram uma grande alegria”. Pelo que, uma vez “entrados na casa, viram o menino com Maria sua mãe, prostraram-se e adoraram-no, depois abriram os seus cofres e ofereceram-lhe presentes, ouro, incenso e mirra”.
O gesto de adoração indica tudo aquilo que compreenderam imediatamente aqueles três sábios vindos de longe para ir honrar um menino recém-nascido e ainda apor cima num curral. Mas a beleza deste evento fez compreender aos Magos de que parte deviam estar e que estrada nova, deviam começar a percorrer. De facto, “avisados num sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho”. É belíssimo este testemunho dos Magos qua ainda hoje atrai a nossa fantasia, diante da imagem de um Deus que se faz menino e se abaixa à nossa condição de seres humanos. Diante deste mistério qual deve ser a nossa atitude? É o que diz o profeta Isaías: “Levanta-te, reveste-te de luz, porque vem a tua luz, a glória do Senhor brilha sobre ti”. A festa da luz para todos começa naquela gruta fria, escura, húmida de Belém, que muda aspeto e perspetiva com a vinda sobre a terra do Redentor. A festa é, portanto, levantar a cabeça e os olhos para ver ao alto e à nossa volta. Ouro, incenso e mirra, dons de nós mortais para o Rei imortal e eterno não são mais que a confirmação da senhoria de Deus sobre a criação e sobre todas as criaturas, que Ele redimiu com o seu sangue precioso, derramado na cruz.
Páscoa Epifania, como é chamada a solenidade de hoje traz ao centro da nossa fé Jesus Menino, Filho de Deus, Verbo incarnado que subirá ao Calvário para completar a obra da salvação do género humano.
Obrigado Menino Jesus, obrigado Jesus Crucificado, obrigado Jesus Ressuscitado e elevado ao céu, donde vieste para te fazer carne no ventre virginal de Maria Santíssima, tua e nossa mãe celeste.
A PALAVRA É REZADA
A noite desceu e brilha o cometa
que marcou o caminho.
Estou diante de ti, Santo Menino!
Tu, Rei do universo, ensinaste-nos
que todas as criaturas são iguais,
que as distingue só a bondade,
tesouro imenso, dado ao pobre e ao rico.
Jesus, faz que eu seja bom,
que no coração só tenha ternura.
Faz que o teu dom aumente em mim todos os dias
e à minha volta o difunda,
em teu nome. Ámen
(In Qumran2.net, e La Chiesa.it: tradução livre de fr. José Augusto)