Encontro com a Palavra de Deus – XI Domingo do Tempo Comum - ANO A

XI DOMINGO TEMPO COMUM – ANO A

    

                           14 de Junho 2020

 

AS LEITURAS DO DIA 

Ex 19, 2-6: Sereis para Mim um reino de sacerdotes, uma nação santa.

Salmo 99: Nós somos o povo de Deus, as ovelhas do seu rebanho.

Rom 5, 6-11: Quando eramos fracos, Cristo morreu pelos impios.

Evangelho Mt 9, 36-10,8: Chamou os doze discípulos e enviou-os.

 

 

A PALAVRA É MEDITADA

1)    A messe abundante

"Jesus vendo as multidões sentiu compaixão, porque fatigadas e abatidas (…) e disse: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos" (Mt 9,37).

Tudo parte do olhar compassivo de Jesus; Ele "padece com", partilha a nossa pobreza, o nosso sofrimento, assume o sentir profundo de Deus (ao contrário nós usamos o verbo "compadecer" no negativo: "não te faças compadecer!").

Normalmente só a segunda parte da afirmação do Senhor “os trabalhadores são poucos", para falar da escassez de padres, mas esquecemo-nos da primeira afirmação positiva: "a seara é grade!". Jesus compara a multidão a um campo de trigo pronto para a ceifa, é um campo exterminado de pessoas que Ele veio reunir em unidade.

Habituados sempre a lamentar-nos, este domingo tentemos fixar o olhar no positivo, a colheita é abundante. Deus em primeiro fez a fadiga maior de semear, também sobre espinhos e pedras, de fazer chover sobre os justos e os injustos, de fazer crescer gratuitamente tudo. Agora o Senhor procura quem recolha que amassem por amor as colheitas da esperança, da paz, da justiça, da confiança, da alegria.

2) Pedi (v.38)

"Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (v.37)

O campo do mundo pertence a Deus e só a Ele toca a iniciativa da ceifa, mas os discípulos devem pedir para que Deus mande trabalhadores para realizar a sua vontade. Parece estranho ter de suplicar a Deus para pedir uma coisa para Ele, mas talvez o Senhor nos peça isto porque sabe que temos necessidade. Rezar é assemelhar-se a Deus, ao seu pensar, aos seus desejos, á sua vontade. Rezar pelas vocações não é esperar que "alguém entre no seminário", mas partilhar a missão de Jesus. Não é tanto o individuo a escolher, não é a Igreja a chamar com base nas necessidades, mas toda a vida é vocação, chamamento a viver com e para Jesus, nas duas grandes estradas: o matrimónio santo e a vida consagrada.  

Então as palavras "os trabalhadores são poucos" não valem só para os padres, mas também para os esposos cristãos, todos chamados a colaborar na ceifa. As duas vocações (matrimónio e sacerdócio-vida consagrada), estão sempre ligadas: ou crescem juntas ou diminuem juntas.  

3) Gratuitamente

"Recebestes de graça, dai de graça" (v.8)

O tema da gratuidade é central também na segunda leitura, onde S. Paulo revela o fundamento da nossa vida: o amor gratuito de Deus, que nos reconciliou consigo "quando éramos ainda pecadores através da morte de cristo" (Rom 5,10).

Deus escolhe gratuitamente para enviar. Não existem explicações sobre a escolha dos apóstolos (exceto o número que lembra as doze tribos de Israel). Com certeza não eram entre as pessoas mais cultas e religiosas (nenhum escriba e nenhum fariseu na lista), certamente não as mais fiéis (Pedro e Judas trairão e todos durante a Paixão fugirão), e no entanto, o Senhor escolhe estes homens para os mandar a outros, para continuar a sua missão pelo Reino.

O enviado é pobre (sem bolsa, nem dinheiro, nem alforge), mas tem uma dupla tarefa: existir para Deus é cuidar da vida. Existir para Deus é sentir a total gratuidade da nossa vida (tudo é dom). cuidar d avida, é procurar restituir o muito amor recebido, procurando curar os irmãos, conduzindo-os a Jesus. Hoje existem novas doenças, enfermidades a curar, pensemos na lepra da solidão, do não sentido, do álcool, da droga, até mesmo o medo das emoções e do sofrer.

"Dai gratuitamente!" O quê? Tudo aquilo que recebemos e tudo aquilo que somos. Nada é para nós como privilégio, tudo deve circular e espalhar-se: de Deus a nós, de nós aos irmãos.

Somos todos chamados a "ser missionários e testemunhas do Evangelho". Que possa cada um sentir o amor gratuito de Deus que nos envolve, nos protege, nos leva no alto como sobre asas de águia: a nós toca alargar as asas e levantar o voo para a missão de Jesus,  na esperança de não ter usado muito "a cola do medo!"

 

A PALAVRA É REZADA

 

Pergunto-me há muito tempo, Senhor;

porque é que continuas a confiar em nós?

Porque é que pedes ainda a nós, homens e mulheres,

criaturas frágeis, para levar a toda a parte o teu Evangelho?

Porque é que nos fazes ser teus colaboradores  

numa missão tão importante?

Porque é que nos transmites até o teu poder  

de curar e de libertar do mal?

Tal como par aos doze apóstolos

assim também para nós sabes bem que não podes contar  

sobre uma fidelidade a toda a prova, sobre uma coragem sem falhas,  

sobre uma capacidade de estar sempre à altura da situação.

Não estamos imunes de erros,  

de erros grosseiros e de mesquinhez,

e, por vezes, mais que ajudar-te,

acabamos por provocar obstáculos e dificuldades.

E, contudo, foi nas nossas mãos, um pouco sujas e feridas,  

que tu puseste a tua Palavra e o teu Pão.  

E, contudo, é aos nossos gestos que tu dás a possibilidade

de tornar visível e de realizar o teu projeto de amor.

Talvez para que todos percebam que quanto acontece

não depende da nossa habilidade, das nossas competências,  

mas de ti, da acção do Espírito.

Ámen.                       

          

(In Qumran, e La Chiesa: tradução livre de fr. José Augusto)

 


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