Encontro com a Palavra de Deus – IV Domingo da Páscoa

IV DOMINGO DE PÁSCOA

 Domingo do Bom Pastor         

7 de Maio de 2017

 ANO A

 

AS LEITURAS DO DIA 

Act 2, 14.36-41: Deus fê-lo Senhor e Messias.

Salmo 22: O Senhor é meu pastor, nada me faltará.

1Pedro 2, 20-25: Voltastes para o pastor das vossas almas.

Evangelho:  Jo 10, 1-10: Eu sou a porta das ovelhas.  

 

A PALAVRA É MEDITADA

A semelhança das ovelhas e do pastor, Jesus narra-a depois da troca de piadas com os Judeus os quais pretendiam ver bem sozinhos, sem necessidade da luz dos seus ensinamentos e da guia dos seus exemplos. A este ponto, o Senhor fala de maneira obscura mesmo propositadamente, para confundir a alegada autonomia e hegemonia daqueles que se declaravam chefes e mestres. O resultado é que "Jesus disse-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam do que lhes falava". E contudo, Jesus estava-se a referir precisamente à diferença entre um comportamento religioso genuíno e afinal a presunção de se armarem em doutores e guias sem um prévio mandato da parte de Deus. O povo dos fiéis, constata Jesus, é capaz por intuito de distinguir entre autêntica simplicidade e dupla falsidade, e por isso os chefes que tinha não os gratificava nem de uma espontânea adesão nem de generosa aprovação. A solução existe, diz o Senhor, e é confiar-se a Ele mesmo.  

Na conduta das ovelhas que conhecem a voz do pastor e o seguem, mas evitam confundir-se com um estranho, Jesus transpõe por imagens a bondade da sua missão salvífica. Ele possui todas as características do "pastor justo" que os profetas tinham anunciado: interessa-se pela felicidade do seu rebanho, conhece cada uma das ovelhas pelo nome e sobretudo entra no recinto pela porta, ou seja pela via direta.

Essa tinha sido traçada por Deus na revelação do Antigo Testamento e de facto o primeiro conhecimento que nós temos da nossa salvação vem precisamente dali. Existe uma correspondência entre a pessoa de Jesus e a sua antecipação nas Escrituras sagradas. Jesus aceita passar por elas, isto é, recupera quanto tinham dito os profetas e torna-o concreto. Neste sentido Ele mesmo se torna a porta, porque atravessando quanto as Escrituras tinham enquadrado, realiza-o por completo. Entra-se na salvação só através da verdade. As Escrituras são uma porta para Cristo e Cristo é a porta para a bem aventurança. As Escrituras têm também a função de guardião, interrogando quem ambiciona o papel de pastor e é digno e convidando-o a mostrar as suas credenciais antes de lhe permitir o acesso. O porteiro é responsável por guardar a porta, como as Escrituras a guardar as verdades de fé que em Jesus esperam o seu autor prático.  

Mas assim como a Escritura é inspirada por Deus, poderíamos dizer que o Porteiro é o próprio Espirito santo; é Ele de facto, que inspira para o melhor as escolhas dos fiéis e os anima na adesão incondicionada ao Senhor. Ele segundo o ensinamento de Jesus, introduz na verdade toda inteira. Quem quer entrar no recinto das ovelhas, isto é, quer ter a aprovação do povo de Deus, a prescindir de Cristo, é necessário que contorne a passagem através da porta, ou seja, evite o confronto com as Escrituras e ignore a acção do Espirito santo. Consideradas as qualidades de Jesus em si mesmo e também em relação às Escrituras e ao Espirito santo, restam-nos para aprofundar as características das ovelhas. Porque será que o Senhor escolheu precisamente este animal para representar os seus fiéis discípulos? A solidão está enraizada na história de Israel, por muito dedicado principalmente à criação de ovinos.  

As ovelhas são animais sociais, mais fáceis de tratar que cavalos, mulas, ou burros, privados da soberba dos primeiros, da obstinação dos segundos e da apatia dos últimos. Faltam também do ardor agressivo do cão e são mais limpas que outros animais. Além disso precisam de ser levadas ao pasto e defendidas nos perigos, mas são úteis ao seu dono. Neste sentido o Senhor mete de sobreaviso os seus discípulos, distantes por definição de todo o pensamento ofensivo e levados a dar crédito ao próximo, a não confiar em qualquer um, mas a examinar bem a quem escutar como mestre e seguir como guia. Seria melhor evitar as más surpresas. Quando é o dano recebido a marcar a diferença entre o caminho de saída e a ratoeira, já é tarde.

Para saber a quem aderir, além da trajetória de ingresso do pastor, que deve ser a mais direta e transparente possível, o Senhor fornece um outro critério, o da liberdade interior. A fé é um dom que é sempre possível recusar, ser Cristãos comporta assumir atitudes que de propósito e mesmo se imprudentemente se podem deixar cair. Não há nenhuma constrição no pertencer ao rebanho do Senhor, porque a ligação que tem unido os fiéis com o divino pastor e entre si é apenas o amor.  

E de facto, em contacto com o Senhor experimenta-se uma paz e uma realização interior que não se pode encontrar noutro lado. "Se alguém entra através de mim … entrará e sairá e encontrará pastagem." Jesus é verdadeiramente a possibilidade de vida e de bem-estar para quem confia nele. O seu modo de se propor corresponde às exigências mais autênticas da alma humana. Por isso no fim ou se decide de ser ovelhas ou se torna lobos, porque como diz o provérbio "quem vai com o lobo aprende a uivar", que pelo contrário fica com o Senhor demonstra-se manso, capaz de perdão e sempre pronto a recomeçar nas relações sociais e de fé.

 

A PALAVRA É REZADA

Senhor Jesus, tu instauras com cada discípulo  

uma relação pessoal, única.

Aos teus olhos nenhum de nós se torna apenas um número.  

Aliás, cada um experimenta o que significa ser conhecidos

e conhecer profundamente.  

Como as ovelhas reconhecem a voz do seu pastor,  

assim também nós distinguimos o timbre,  

a cor, o som da tua voz.

Eis porque quando nos falas

nos sentimos atingidos não por uma mensagem genérica,

destinada a todos, mas por um anuncio que responde às nossas expectativas,  

às nossas interrogações e traça dentro da nossa história  

um percurso de luz, um caminho de graça.

Senhor Jesus, é através de ti  

que nós podemos entrar no mistério de amor  

que transfigura a nossa existência:

tu és a porta, a passagem que conduz ao rosto e Deus  

e revela a sua misericórdia sem limites;

tu és a porta que abre para uma plenitude desconhecida,  

o patamar de alegria e de paz da nossa peregrinação.

Ámen.

 

 (In Qumran, e La Chiesa: tradução livre de fr. José Augusto)

 


esenyurt escort izmir escort bodrum escort marmaris escort avcılar escort beylikdüzü escort esenyurt escort beylikdüzü escort esenyurt escort izmir escort izmit escort antalya escort antalya escort bayan