Encontro com a Palavra de Deus – Domingo de Páscoa

DOMINGO DA RESSURREIÇÃO

          

16 de Abril de 2017

 ANO A

 

AS LEITURAS DO DIA 

Act 10, 34, 37-43: Jesus de Nazaré é o Juiz dos vivos e dos mortos.

Salmo 117: Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria.

Col 3, 1-4: Se ressucitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto.

Evangelho:  Mat 28, 1-10 (Vigília Pascal): Ressuscitou e precede-vos na Galileia.

 

A PALAVRA É MEDITADA

A Vigília Pascal teria sete leituras, mais a Epístola e o Evangelho. Geralmente escolhem-se só três ou quatro, caso contrário seria demasiado longa. Não estamos habituados a aguentar uma celebração deste tipo. Devemos admitir que é assim: é demasiado longa PARA NÓS. Porque somos duros, incapazes de escutar a sua Palavra, não realmente interessados na ressurreição.

Pesemos nos adeptos de futebol. Gente estúpida, e ignorante, dirá alguém. Gente calorosa e simpática, dirão outros. Gente que ao domingo se encontra desde a manhã para preparar claques, cartazes, coreografias, foguetes, talvez até planos de batalha com adeptos adversários e forças da ordem, e vai para a frente toda a tarde, até que o material é levado para o estádio, controlado pelo serviço de segurança, e uma, duas ou três horas antes do jogo, entra-se para tomar o lugar. Durante o jogo realiza-se tudo aquilo que foi preparado: cantos, exibição de cartazes, exultação, provocações e pontapés, se acontecem. Para um jogo nocturno temos portanto cerca de duas horas de jogo, mais alguma hora de espera no estádio e um dia (ou uma semana) de preparação.

É de verdade muito longa a Vigília pascal? Cronometricamente não. Só que nos interessa - temo, e espero estar errado – menos que quanto a um adepto interessa o jogo. O adepto vive para aquele compromisso semanal.

Na Paixão Jesus enfrenta as questões fundamentais da nossa existência: tem sentido viver? Tem sentido amar? Tem sentido sofrer? Questões a que o adepto de futebol dá uma resposta áspera mas eficaz: viver é belo porque há uma hora por semana em que sofres e te alegras com a tua equipa e com os teus colegas, e naquela hora esqueces tudo o resto, …

As leituras da Vigília pascal fazem-nos descobrir uma ideia diversa da vida: uma existência bela em todo o seu aspecto, da primeira à última das cosias criadas (1ª leitura); a possibilidade de confiar em Deus, mesmo na hora da prova (o sacrifício de Isac); Deus que liberta o seu povo da escravidão e o conduz à Terra Prometida (3ª leitura); Deus que oferece o perdão ao povo adúltero e pecador (4ª leitura), que guia a história com o poder da sua palavra (5ª leitura), que ensina o caminho da vida, e dá um coração novo para caminhar (6ª leitura).

Homens novos

Na noite pascal somos arrancados duma vida em compartimentos estantes, uma infelicidade contínua, intercalada por raros momentos de divertimento ou de evasão ou de satisfação. Jesus oferece-nos uma vida plena: onde cada momento pode e deve tornar-se dom, partilha, agradecimento, oferta, comunicação, comunhão, solidariedade … é a sua presença de ressuscitado que anima a nossa existência. Aqui começamos também a compreender o porquê da Paixão, que para nós será sempre incompreensível e intolerável: de facto, nós não pretendemos a salvação. Contentar-nos-íamos com muito menos: algum momento seguro de felicidade; poder viver na comodidade; ao máximo, de uma "morte suave".

Jesus vem salvar a nossa vida; mas TODA a nossa vida, sem pôr de parte as suas fadigas e os seus sofrimentos, sem esquecer que somos pecadores; e não nos salva por magia: salva-nos como homens, fazendo-se homem como nós, carregando sobre si as nossas alegrias, as nossas dores, as nossas doenças; aceitando as consequências do nosso pecado, e manifestando-nos o amor do Pai.

"Não tenhais medo, vós!"... ide dizer aos seus discípulos: ressuscitou dos mortos e agora precede-vos na Galileia; lá o vereis". O Jesus que aceita o sofrimento e a morte não fica prisioneiro disso, e convida-nos a segui-lo, a mexermo-nos, a realizar a mesma passagem. Este é o segredo da nossa vida de cristãos, aquele segredo que não conseguiremos compreender durante toda a nossa vida, e que também este ano corremos o risco de festejar por rotina, sem nos deixarmos transformar.

 

A PALAVRA É REZADA

Bendito és Tu, Senhor do céu e da terra, 

que na grande luz da Páscoa 

manifestas a tua glória

e dás ao mundo a esperança da vida nova;

olha para nós teus filhos, 

reunidos à volta da mesa de família:

faz que possamos ir buscar às nascentes da salvação 

a verdadeira paz, 

a saúde do corpo e do espírito 

e a sabedoria do coração, 

para nos amarmos uns aos outros como 

Cristo nos amou. 

Ele venceu a morte,

e vive e reina pelos séculos dos séculos.

Ámen

 

 (In Qumran, e La Chiesa: tradução livre de fr. José Augusto)

 


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